18 de outubro de 2017

Eventos adversos relacionados ao uso concomitante de Morfina e Petidina em paciente cirúrgico: relato de caso

Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Amanda Castro Domingues da Silva2, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz Stanislau Nunes Chini2, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.

1Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: Interação medicamentosa é a alteração dos efeitos farmacológicos entre dois ou mais medicamentos, administrados concomitantemente, podendo resultar em eventos adversos, ocasionando danos ao paciente1. Neste contexto, é fundamental a atuação do farmacêutico na equipe multiprofissional. 

Objetivo: Analisar a potencialização da ocorrência de efeitos adversos provocados pela associação farmacológica entre morfina e petidina, durante um procedimento cirúrgico. 

Metodologia: Estudo de caso utilizando metodologia observacional e prospectiva, descrita em pesquisa realizada em um hospital universitário, em pacientes cirúrgicos, analisando os efeitos adversos relacionados ao uso de opióides, correlacionando-os a possíveis intercorrências. Projeto CAAE nº 65893617.3.0000.5243. 

Resultados: Paciente RMM, sexo masculino, 27 anos, admitido em 20/04/2017, devido a uma fratura de fêmur esquerdo ocasionada por queda de motocicleta no dia 08/04/2017, com anemia importante (Hematócrito 23,9 µm3 e Hemoglobina 7,8 g/dL). Foi submetido, no dia 26/04/2017, a uma osteossíntese de fêmur. Durante o perioperatório foram administrados os seguintes medicamentos injetáveis: Cefazolina, Midazolam, Dipirona, Ondansetrona, Petidina, Morfina, Bupivacaína isobárica. No pós-operatório imediato, o paciente apresentou vários episódios de hipotensão e taquicardia.  Segundo a literatura internacional, há relatos de taquicardia e/ou hipotensão provocados pelo uso regular de Petidina e Morfina, devido ao aumento dos níveis plasmáticos de histamina3. Adicionalmente, o paciente evoluiu com constipação por 4 dias, também associada ao uso de opióides, como os já citados no perioperatório, assim como Tramadol no pós-operatório2

Conclusão: O quadro clínico do paciente associado aos medicamentos utilizados justificam a taquicardia e a hipotensão. Existe uma relação causal direta entre a constipação e os medicamentos usados, principalmente a Morfina, pelo fato da mesma possuir a capacidade de aumentar o tônus e reduzir a motilidade em diversas partes do trato gastrintestinal3. Estes efeitos podem aumentar o tempo de recuperação do paciente, especialmente àqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos. Todavia, a incidência destas reações é dose-dependente2,3.

Palavras-chave: Interações, Farmácia clínica, Evento adverso.

Referências:
1.ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 4, DE 10/02/09 (DOU 11/02/09): Dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de uso humano. Brasília, Agosto de 2009.
2.Aguilar-Nascimento JE. Acerto: acelerando a recuperação total pós-operatória. Rio de Janeiro: Rúbio, 2016, 3 Ed.

3.Ignacio FM; Azevedo LCP; Toledo D. Como avaliar o trato gastrintestinal na unidade de terapia intensiva. In: Toledo D; Castro M. Terapia Nutricional em UTI. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.

Poster in: 9º Congresso Riopharma de Ciências Farmacêuticas. 21 a 22 de setembro de 2017. Rio de Janeiro. RJ. Brasil.

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