Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Amanda Castro Domingues da Silva2, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz Stanislau Nunes Chini2, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de
Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.
1Hospital
Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de
Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br
Introdução: Interação
medicamentosa é a alteração dos efeitos farmacológicos entre dois ou mais
medicamentos, administrados concomitantemente, podendo resultar em eventos
adversos, ocasionando danos ao paciente1. Neste contexto, é
fundamental a atuação do farmacêutico na equipe multiprofissional.
Objetivo: Analisar a potencialização da
ocorrência de efeitos adversos provocados pela associação farmacológica entre morfina
e petidina, durante um procedimento cirúrgico.
Metodologia: Estudo de caso utilizando metodologia observacional e
prospectiva, descrita em pesquisa realizada em um hospital universitário, em pacientes
cirúrgicos, analisando os efeitos adversos relacionados ao uso de opióides,
correlacionando-os a possíveis intercorrências. Projeto CAAE nº
65893617.3.0000.5243.
Resultados: Paciente
RMM, sexo masculino, 27 anos, admitido em 20/04/2017, devido a uma fratura de
fêmur esquerdo ocasionada por queda de motocicleta no dia 08/04/2017, com
anemia importante (Hematócrito 23,9 µm3 e Hemoglobina 7,8 g/dL). Foi
submetido, no dia 26/04/2017, a uma osteossíntese de fêmur. Durante o
perioperatório foram administrados os seguintes medicamentos injetáveis: Cefazolina,
Midazolam, Dipirona, Ondansetrona, Petidina, Morfina, Bupivacaína isobárica. No
pós-operatório imediato, o paciente apresentou vários episódios de hipotensão e
taquicardia. Segundo a literatura
internacional, há relatos de taquicardia e/ou hipotensão provocados pelo uso
regular de Petidina e Morfina, devido ao aumento dos níveis plasmáticos de
histamina3. Adicionalmente, o paciente evoluiu com constipação por 4
dias, também associada ao uso de opióides, como os já citados no perioperatório,
assim como Tramadol no pós-operatório2.
Conclusão: O quadro clínico do paciente associado aos medicamentos
utilizados justificam a taquicardia e a hipotensão. Existe uma relação causal
direta entre a constipação e os medicamentos usados, principalmente a Morfina,
pelo fato da mesma possuir a capacidade de aumentar o tônus e reduzir a
motilidade em diversas partes do trato gastrintestinal3. Estes
efeitos podem aumentar o tempo de recuperação do paciente, especialmente
àqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos. Todavia, a incidência destas
reações é dose-dependente2,3.
Palavras-chave: Interações,
Farmácia clínica, Evento adverso.
1.ANVISA
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 4, DE 10/02/09 (DOU 11/02/09):
Dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de
medicamentos de uso humano. Brasília, Agosto de 2009.
2.Aguilar-Nascimento JE. Acerto: acelerando
a recuperação total pós-operatória. Rio de Janeiro: Rúbio, 2016, 3 Ed.
3.Ignacio FM; Azevedo LCP; Toledo D.
Como avaliar o trato gastrintestinal na unidade de terapia intensiva. In:
Toledo D; Castro M. Terapia Nutricional em UTI. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.
Poster in: 9º Congresso Riopharma de Ciências Farmacêuticas. 21 a 22 de setembro de 2017. Rio de Janeiro. RJ. Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário