23 de janeiro de 2013

Cremes



São formas farmacêuticas constituídas por duas fases, uma oleosa e outra aquosa. Têm consistência cremosa e fluxo newtoniano ou pseudoplástico, devido ao seu alto teor do componente aquoso. As preparações farmacêuticas designadas por cremes são emulsões semi-sólidas contendo fármacos medicamentosas dissolvidos ou suspensos nas suas fases aquosas ou oleosas.
No processo de emulsificação ocorre a divisão de um dos líquidos em pequenos glóbulos com conseqüente aumento da área superficial desta fase e sua dispersão na outra. Para provocar a subdivisão dos líquidos, torna-se necessário despender determinada quantidade de energia (térmica e de agitação) sob a forma de trabalho. Os agentes emulsionantes diminuem o trabalho necessário para a emulsificação. Embora para a preparação da emulsão sejam disponíveis várias técnicas, vamos nos ater àquelas que utilizam tensoativos como agentes emulsionantes, caso específico das emulsões cosméticas.
Uma diferença entre o creme e a pomada é que a pomada flui com dificuldade e o creme flui fácilmente, sendo que as pomadas são sempre monofásicas. A maioria dos cremes são emulsões de óleo em água, embora se preparem numerosos cremes A/O (água em óleo). Algumas das preparações assim denominadas não constituem verdadeiras emulsões, comportando-se como pseudo-emulsões. É o que sucede em algumas fórmulas contendo excipientes absorventes, como lanolina, e muito pequena quantidade de água.
Os cremes de O/A (óleo em água), apresentam elevado poder de penetração na pele, em especial se contiverem emulgentes de anion ativo. De fato, este cremes tem propriedades molhantes, que lhes permitem atravessar a barreira lipídica cutânea que emulsionam. Esta propriedade favorece o contato com a superfície do tecido epitelial e permite, ainda, a mistura, por emulsificação, com o conteúdo dos sacos pilo-sebáceos.
Sendo fortemente hidrófilos, os cremes de O/A (óleo em água) de aniôn ativo favorecem a migração iônica, por fenômenos de osmose. A fase externa é de natureza aquosa devido à presença em sua composição de emulgentes tipo O/A (óleo em agua), sabões sódicos ou de álcool graxos sulfatados e polisorbatos, às vezes combinados em proporções convenientes com emulgentes tipo A/O (agua em óleo). Quanto mais fina for a divisão das partículas emulsionadas, mais fácil se torna a sua passagem entre as células do tecidos cutâneo. Estes cremes combinam-se com as proteínas celulares sendo mais intensa a fixação quando os emulgentes sejam catiônicos. As emulsões preparadas com tensoativos não-iônico apresentam uma penetração mais difícil, tendo um fraco poder molhante.
Os cremes O/A (óleo em água) são geralmente bem tolerados nas epidermes sãs, podendo ser irritantes, em especial de anião ativo(aniões sulfúricos liberados por hidrólise dos sulfonados; vestígios de catiões alcalinos provenientes da hidrólise dos sabões), quando a pele apresenta soluções de continuidade, nestes casos, tem-se procurado reduzir a irritação provocada adicionando sais tampões ao creme.
Os cremes de água no óleo podem conter emulgentes aniônicos (sabões alcalino-terrosos ou terrosos) ou mesmos sabões sódicos, desde que contenham outros emulgentes A/O (água em óleo), que baixem o EHL (equilíbrio hidrofílico-lipofílico) daqueles. A fase contínua ou externa é a fase oleosa devido à presença em sua composição de emulgentes tipo A/O (água em óleo). São, porém, geralmente obtidos com emulsivos não iônicos. Menos penetrantes do que os anteriores tem ação endodérmica ou epidérmica, sendo, especialmente neste último caso, utilizados com protetores cutâneos (cremes protetores ou de barreira) e, graças ao seu elevado teor de água, são desidratantes e espalham-se facilmente na pele.
Em geral são bem tolerados pela epiderme, são emolientes, e não tem qualquer ação nevasta nas lesões eritematosas ou pruriginosas. Os cremes de água no óleo são muito utilizados como veículos fármaco anti-sépticos e parasiticidas (óleos essenciais, bálsamos, derivados mercuriais, enxofre, bálsamo do peru, etc.). As diaderminas ou cremes evanescentes constituem creme de óleo em água, altamente penetrantes.
A tendência atual é evitar produtos pesados e oleosos para hidratação da pele, principalmente se for de uso facial. As inovações tecnológicas já permitem a elaboração de fórmulas consideradas leves, de toque seco, e que tenham um grande poder de hidratação cutânea. Na formulação de um novo produto de aplicação tópica para uso cosmético ou terapêutico, torna-se importante determinar o tipo de pele do consumidor.
Apesar dos avanços na química fina e do progresso nas pesquisas, a prática de fabricação de emulsões ainda permanece muito mais como arte do que como ciência. A indústria cosmética busca constantemente direcionamentos para o desenvolvimento de emulsões. Um conceito de emulsão que fornecesse redução significativa no tempo de desenvolvimento através da seleção apropriada da fase oleosa, dos emulsionantes e do processo de emulsificação, juntamente com o uso econômico desses materiais e equipamentos, ainda continuará sendo de grande interesse.
No processo de emulsificação ocorre a divisão de um dos líquidos em pequenos glóbulos com conseqüente aumento da área superficial desta fase e sua dispersão na outra. Para provocar a subdivisão dos líquidos, torna-se necessário despender determinada quantidade de energia (térmica e de agitação) sob a forma de trabalho. Os agentes emulsionantes diminuem o trabalho necessário para a emulsificação. Embora para a preparação da emulsão sejam disponíveis várias técnicas, vamos nos acompanhar as que utilizam tensoativos como agentes emulsionantes. Os seguintes conceitos estão envolvidos para o devido esclarecimento sobre o processo de emulsificação:
Equilíbrio hidrofílico-lipofílico (EHL): este processo consiste no aquecimento de todos os componentes solúveis na fase aquosa e dos componentes da fase oleosa em temperaturas entre 75 a 85º C. Após a mistura das duas fases e seguido por um período de homogeneização, é iniciado o resfriamento da emulsão e adicionado os demais componentes da formulação que, por motivo de oxidação ou degradação, não toleram alta temperatura. Neste processo é gasta uma considerável quantidade de energia (térmica e mecânica) e tempo, que proporcionam alta estabilidade à emulsão. A quantidade de energia térmica pode atingir 95% do consumo total de energia no processo. A maior desvantagem do método de EHL, além do consumo de energia e tempo, é que ele descreve as moléculas de emulsionantes apenas em função de suas modificações estruturais, sem considerar o seu comportamento na interface O/A (óleo em água) durante a emulsificação, não prevendo as mudanças de EHL com as alterações nas condições para emulsificação tais como temperatura, natureza das fases oleosa e aquosa, presença de aditivos (eletrólitos, solventes). Por exemplo: com o aumento da temperatura, a força de hidratação entre a água e o tensoativo não iônico etoxilado diminui e o emulsionante torna-se menos hidrófilo (mais solúvel na fase oleosa) e conseqüentemente, seu EHL também diminui até ocorrer a inversão da emulsão.
Emulsificação de baixa energia (EBE): a energia térmica é usada para as operações que realmente necessitam de aquecimento, tais como fusão dos componentes, dissolução, formação de sabão in situ, inversão de fase e esterilização. Quantidade significativa de água pode ser adicionada a frio. O uso  de bases auto-emulsionantes mostra-se muito adequado a este processo. O método consiste na divisão da fase contínua, no caso aquosa, em duas porções. Uma porção é utilizada a quente para formação da emulsão concentrada e em seguida é adicionada lentamente a outra porção a frio para diluição e resfriamento do sistema, o que proporciona uma economia de energia térmica, de tempo de processo e de mão de obra. A adição de água fria deve ser feita abaixo de 70°C e, preferencialmente, abaixo de 50°C, de modo lento e contínuo para evitar choque térmico, que provoca a formação de emulsão com gotas grandes, influenciando na aparência da emulsão e podendo até provocar separação de fases.
O processo EBE é aplicado tanto para emulsões O/ A como para A/O e independe do tipo de emulsionante. No entanto é mais comum para o processo O/A, já que é mais simples diluir este tipo de emulsão do que a A/O e mais fácil manusear água do que óleo. Em ambos os casos, a fase fria não deve ultrapassar 60% da quantidade de fase externa total, pois pode formar grandes glóbulos emulsionados distribuídos de forma não homogênea e causar a separação de fases da emulsão. Assim, pelo menos 40% da fase externa deve ser aquecida para preparação da emulsão concentrada. Quanto aos emulsionantes, podem ser usados os não iônicos, aniônicos e bases auto-emulsionáveis. Controlando-se variáveis como temperatura do primeiro estágio da emulsificação, intensidade de agitação, proporção da fase externa adicionada no primeiro estágio da emulsificação (no caso, água) é possível a obtenção de melhores emulsões por este método que pelo convencional.
Temperatura de inversão de fases (TIF): cuja vantagem é o uso da energia térmica para redução do tamanho de gotas da emulsão para maior estabilidade dos produtos finais. Uma emulsão O/ A quando estabilizada com tensoativo não iônico etoxilado, pode inverter para A/ O com o aumento da temperatura acima de determinado do tensoativo. A temperatura em que ocorre inversão da emulsão é chamada “temperatura de inversão de fases”.
Em temperaturas acima da TIF , o tensoativo torna-se ainda mais lipófilo, ocorrendo separação de água e, conseqüentemente, da emulsão. Desta forma a TIF está relacionada a uma dada temperatura em que o EHL do tensoativo, tensão interfacial O/ A e a distribuição do tamanho de partículas são mínimos. O método da TIF consiste na preparação da emulsão numa temperatura de 2 a 4° C abaixo da TIF, visando obter uma fina dispersão, na qual a tensão interfacial é muito baixa. Com o resfriamento rápido da emulsão são formados pequenos glóbulos emulsionados, conferindo estabilidade para a emulsão.
O efeito de aditivos tais como eletrólitos sobre a fase externa da emulsão e de misturas de emulsionantes ou de óleos são refletidos na TIF e automaticamente ajustados de modo a mudar o EHL do emulsionante na interface. Emulsões O/A (óleo em água) contendo tensoativos não iônicos etoxilados apresentam TIF constante dentro de uma ampla faixa de conteúdo de água (30 a 70%), mantendo constante a relação óleo/ emulsionante. Entretanto, a TIF desaparece nas emulsões com alto conteúdo de água (acima de 80%) e com extremamente baixo conteúdo de água (abaixo de 20%). Em suficientemente baixo conteúdo de água, aparece uma fase de microemulsão, com tamanho de gotas muito pequeno que é utilizado para a emulsificação seguindo o processo da TIF.
A TIF é diretamente proporcional ao EHL. Quanto maior o EHL, maior é a TIF, ou seja, a TIF aumenta com a hidrofilidade do emulsionante.
Descrição sucinta e características de alguns excipientes ou produtos químicos utilizados na preparação de cremes e produtos similares: monoestearato de sorbitano e monoestearato de sorbitano etoxilado (Polawax®); álcool estearílico (Lorol 18®); álcool estearílico etoxilado 2.OE (Brij 72®); álcool estearílico etoxilado 21.OE (Brij 721®); estearato de octila (Cetiol 868®); monooleato de sorbitano 20.OE (Tween 80®, EHL 15,0); monoestearato de sorbitano (Span 60®, EHL 4,7); cetomacrogol 1000 (polietilenoglicol 1000 monocetileter); macrogol (polietilenoglicol ou polioxietilenoglicol);
Ácido esteárico: insolúvel em água, solúvel em álcool, clorofórmio, acetona, éter. Seu uso dermatológico é na preparação de cremes evanescentes. É usado como agente de consistência.
Pode ser utilizado em sabões, detergentes, velas, e em cosméticos (cremes).
Ácido graxo etoxilado: emulsionante não iônico; excipiente adequado para a preparação de cremes, emulsões, preparados cátion ativos e detergente (Emulgin®).
Álcool cetílico: é utilizado em preparações para uso tópico como emoliente e emulsionante, devido à propriedade de absorção da água. Usado na elaboração de cremes e sabões. É um álcool graxo que pode ser obtido do esperma de baleia. Utilizado como agente de consistência e sobreengorduramento para cremes, loções e condicionadores.
Álcool cetoestearilico: é uma mistura de álcool cetilico e estearilico, empregado como excipiente para o preparo de cremes e loções, habitualmente incorporado a outros produtos excipientes. Uso tópico.
Álcool cetoestearílico etoxilado: emulsionante universal para cremes e loções O/A; este emulsionante é de natureza química não-iônica (Emulgin B2®).
Álcool estearílico: excipiente utilizado como agente de consistência e sobreengorduramento para cremes, loções e condicionadores., também utilizado como agente tensoativo e emulsionante.
Álcool oleílico: emoliente para cremes, e outros produtos. É um solubilizante para componentes oleosos, auxiliando na dispersão dos pigmentos.
Alcoóis graxos associado ao cetilestearil sulfato de sódio e emulsionante não-iônico: (Emulgade F®)
Bases de absorção de lanolina: extrato de esteróis tensoativos da lanolina associada a álcoois, complexos livres, de alto peso molecular. Apresenta-se na forma anidra, e é miscível em óleo e dispersivel em água. Apresenta atividades emoliente, penetrante e umectante.
Bases siliconizadas: bases contendo silicone volátil, substância que evapora sem deixar resíduos na pele, o que possibilita um fácil espalhamento, distribuindo os princípios ativos em um filme uniforme e com capacidade de repelir a água.
Caprilato de côco: emoliente, com boa ação de deslizamento e penetrabilidade, untosidade leve. A sua compatibilidade com a pele e mucosas o torna adequado para a substituição de óleos vegetais em fórmulas anidras ou em emulsões (Cetiol LC®).
Cera de abelha despolimerizada: é uma cera purificada muito usada e muito apreciada por formar emulsões finas e estáveis.
Cera branca: é obtida dos favos das colméias e contém cerca de 72% de ésteres, com partes de ácidos graxos livres e hidrocarbonetos. Torna-se emulsificante quando é adicionada a um excipiente alcalino como a soda ou borato de sódio. Tem ação emoliente, suavizando e lubrificando a pele.
Ceramidas sintéticas: são idênticas às ceramidas naturais encontradas em nossa pele, atua como hidratante protetor que recupera peles danificadas. Utilizadas na preparação de cremes e loções hidratantes (Ceramida IIIB®).
Creme lanette: dispersão coloidal de álcoois graxos e cetilestearil sulfato, é usado como base autoemulsionante para fabricação de cremes, pomadas e emulsões (Lanette N®); mistura de álcoois graxos saturados, utilizados em preparações capilares (Lanette O®); dispersão coloidal de álcool cetoestearílico e alquilsulfato de sódio (Lanette WB®).
Diadermina: estearato de amônio glicerinado; creme evanescente.
Diestearato de glicerila: agente de consistência para pomadas, cremes e emulsões líquidas (Cutina MD®).
Diestearato de polietilenoglicol 6000: agente de consistência para pomadas, cremes e emulsões líquidas (Cutina DSP6B®).
Emulsionante não-iônico associado a alcoóis graxos associado ao cetilestearil sulfato de sódio: (Emulgade F®).
Espermacete: substância que provém da purificação de partes sólidas do óleo contido nos receptáculos pericraneanos e dorsal de cachalotes. Tem propriedades emolientes. Seu componente fundamental é a cetina; contendo ainda ésteres do ácido láurico, esteárico, palmitato de cetila, álcool cetilico e estearilico.
Esqualeno: é um óleo encontrado no fígado de tubarão gigante, que também está presente na secreção sebácea human. Forma emulsões com outros componentes da secreção sebácea, restaurando a suavidade e maciez da pele, prevenindo o ressecamento. Tem sido utilizado como veiculo, e favorece a absorção percutânea de alguns princípios ativos.
Estearato de butila: é um éster utilizado como solvente e agente de espalhamento de cremes a loções cremosas, substituindo parcialmente, em alguns casos, o óleo mineral. Apresenta propriedades emolientes, tendo a vantagem de não deixar sensação gorduraosa na pele.
Estearato de octila: emoliente não comedogênico, com amplo espectro de aplicação. É uma alternativa ao miristato de isopropila , pelo perfil de atividade (Cetiol 868®).
Éster de ácido graxo com poliol: excipiente sobreengordurante hidrossolúvel indicado para preparações transparentes, funcionam como solubilizante para substâncias lipossolúveis, empregado em cremes nutritivos, protetores solares. (Cetiol HE®).
Glicerina: é um álcool trivalente, límpido e denso, de reação neutra e muito higroscópio. É usado como dissolvente para diversas substâncias , e também por sua ação umectante e protetora para a pele.
Isonoato de cetoestearila: agente de espalhamento, não oleoso, utilizado pela formação de filme hidrofóbico protetor às formulações hidratantes e fopotprotetores resistentes à água (Cetiol SN®).
Lanolina acetilada: produto re-engordurante indicado para produtos hipoalergênicos, como cosméticos de uso infantil e produtos para maquiagem.
Lanolina anidra: gordura animal, originária de sebo de carneiro, refinada e desodorizada; é um emulsionante, emoliente, condicionador e lubrificante utilizado em cremes, produtos labiais, etc. Em sua composição existem a presença de ésteres de álcoois esteroidais e alifáticos com ácidos graxos superiores. É empregada com o objetivo de contribuir para a restituição da secreção sebácea da pele.
Lanolina etoxilada líquida: obtida pela reação da lanolina com óxido de etileno, esta lanolina é ideal para aplicação em sabonetes sólidos, promovendo cremosidade, com atividades de um emoliente especial.
Manteiga de Karité: agente emoliente natural com alto teor de insaponificáveis; ao produto confere a sensação aveludada e suavizante sobre a pele e com um espectro fotoprotetor adicional na faixa de UV, pode ser associado a outros óleos líquidos em formulações faciais (Cetiol SB45®).
Miristato de isopropila: emoliente primário ou auxiliar nas emulsões O/A ou A/O, aumentando o espalhamento e reduzindo a oleosidade das emulsões com óleo mineral ou vegetais, perfil interessante para a solubilização de produtos lipossolúveis (Cetiol IPM®).
Mistura de álcoois graxos insaturados: tem o mesmo uso que o Cetiol®, e apresentam diversos nomes comerciais (Eutanol®).
Monoestearato de etilenoglicol: agente de consistência para pomadas, cremes e emulsões líquidas (Cutina AGS®).
Monoestearato de glicerila associado ao monoestearato de polietilenoglicol 400: a mistura em partes iguais destes produtos são utilizados como base emulsionantes (Cetax DR®).
Monoestearato de glicerila: agente de consistência para pomadas, cremes e emulsões líquidas (Cutina MD®).
Miristato de isopropila: é um emoliente, amplamente utilizado na área cosmética, que se apresenta como um líquido leve, claro, incolor ou inodoro, solúvel em acetona, óleo de rícino, clorofórmio, álcool e óleos minerais. É insolúvel em água, glicerina e propilenoglicol. Utilizados nas formulações de cremes, loções e xampus nas proporções e com as mesmas finalidades similares à do óleo mineral.
Monoestearato de glicerila: é o mais simples dos compostos não-iônicos utilizados como emulsionantes auxiliares. É o mais empregado tanto em emulsões do tipo O/A (óleo em água), quanto as emulsões A/O (água em óleo) para uso interno e externo. Usado externamente tem propriedades emolientes e, se associado a um tensoativo aniônico, estearato de sódio ou potássio, tem a capacidade de produzir auto-emulsões (monoestearato de glicerila auto-emulsionável), sendo utilizado com bons resultados em emulsões do tipo O/A (Lipal GMS®).
Monoestearato de polietilenoglicol 400: é um emulsionante não iônico, com EHL (equilíbriuo hidrofílico-lipofílico) mais alto que os outros monoestearatos. Atua como emulsionante primário em emulsões do tipo O/A (óleo em água) como cremes e loções, e como emulsionante auxiliar em emulsões do tipo A/O (Lipal 400S®)
Oleato de decila: boa capacidade de veicular ativos lipossolúveis, boa propriedade de deslizamento, componente de alta polaridade, re-engordurante e agente de brilho às emulsões. É um emoliente penetrante de boa capacidade de espalhamento sobre a pele (Cetiol V®).
Óleo de jojoba: óleo em cuja composição estão os ésteres dos ácidos graxos com álcoois graxos., sendo recomendado como “cera líquida”. Tem aplicação em cosméticos como matéria-prima substituta do espermacete, com ação emoliente para a pele.
Palmitato de isopropila: Miristato de isopropila: emoliente primário ou auxiliar nas emulsões O/A ou A/O, aumentando o espalhamento e reduzindo a oleosidade das emulsões com óleo mineral ou vegetais, perfil adequado para a solubilização de lipossolúveis (Cetiol IPP®).
Poliol de éster de ácidos graxos: funcionam como solubilizante para substâncias lipossolúveis, empregado em cremes nutritivos, protetores solares. (Cetiol®).
Polisorbato 80: tensoativo hidrofílico etoxilado, geralmente solúvel ou dispersível em água. São utilizados para emulsões óleo em água, solubilização de óleo entre outras funções (Tween 80®).
Propilenoglicol: produto químico com atividades similares à glicerina, utilizado como umectante e suavizante, com propriedades dissolventes de corantes, resina, óleos essenciais, etc.


Referências:

Allen LV. Allen’s Compounded Formulations: the Complete U.S. Pharmacist Collection. Washington, DC: American Pharmaceutical Association; 2003
Allen LV. The Art, Science, and Technology of Pharmaceutical Compounding. Washington, DC: American Pharmaceutical Association; 1998
 Baxaulí V. Formulário Básico de Medicamentos Magistrales. 1ª edición. Valencia, 2001
 Prista LN, Alves AC. Técnologia Farmacêutica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; 1996
 Prista LN, Alves AC, Morgado RMR. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica. 5ª Ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. v.1. v.2 v.3.
 Remington, Farmacia, Tomo I, 19ª ed. Editorial Médica Panamericana, Buenos Aires; 1998
 SOUZA GB. Formulação Magistral para Oftalmologia. São Paulo, SP. Pharmabooks; 2008
Trissel’s Stability of Compounded Formulations. Washington. DC: American Pharmaceutical Association; 1996